Que amor suportaria tantas diferenças? Eu sou flamenguista e você é botafoguense. Ou corintiano. Ou sãopaulino. Ou fluminense. Eu gosto de inverno, você gosta de verão. Eu gosto de samba, você gosta de música eletrônica. Que amor suportaria a divisão? Eu te amo mas deixo você se casar com outra pessoa porque quero mesmo é que você seja feliz. Que amor suportaria eternamente todos os deslizes? Eu sou sempre pontual mas vou te esperar todas as vezes em que você atrasar. E quando você chegar, estarei sorrindo. Que amor suportaria a distância? Eu moro em Belo Horizonte e você mora em São Paulo. Ou em Fortaleza. Ou no Japão. Que amor suportaria o tempo? Eu fico anos sem te ver, mas quando te reencontro parece que foi ontem. Que amor dispensa cobranças? Eu sei que você me ama e nem preciso que você me diga. Basta que esteja aqui. Que amor dispensa discussões? Basta uma troca de olhares e tudo está entendido. Que amor dispensa as palavras? Eu me sinto extremamente confortável do seu lado, mesmo que ninguém fale nada. Que amor entende frases como "hoje eu não quero papo", "vou ficar dois meses viajando sozinho", "putz, não vou poder ir no seu aniversário", "tenho que desligar, tchau"? Eu sempre vou te entender, e sei que você vai me entender também. Que amor releva sua carência, sua inseguraça, seus medos, suas confusões? Eu sei que com você posso ser exatamente o que eu sou. Você não apenas vai relevar os traumas que a vida me fez como vai cuidar de cada um deles como se fossem seus.
Só mesmo um amor tão altruísta, tão generoso, tão puro e tão verdadeiro que até arrumou um outro nome pra não deixar o outro amor (tão limitado, coitado) constrangido: amizade!
Fernanda Pinho, com minhas leves alterações.
P.S. Para minha melhor amiga, Ingrid Fagundes, ou só Diih (do blog impulsosdemulher.blogspot.com). Aquela que sei que será eterna na minha vida. Obrigada pela sua amizade.